Transformação digital está em curso, mas empresas precisam de ajuda

A transformação digital é um tema importante entre CIOs e líderes de negócios, já que as empresas que se tornam organizações digitais se tornarão líderes de mercado. E aqueles que não fazem a mudança lutarão para sobreviver.

Se alguém precisar de uma prova, observe o que aconteceu nos últimos cinco anos. Muitas grandes marcas que antes eram produtos básicos da economia norte-americana encolheram significativamente, com muitas delas desaparecendo.

A fornecedora de serviços Masergy forneceu recentemente um raio-X do mercado com a pesquisa de transformação digital, conduzida pela Webtorials. A ideia era ver como as empresas estão lidando com suas transformações.

O estudo confirma a importância da transformação digital hoje, com 78% dos entrevistados concordando que, se a indústria deles está mudando, a transformação digital é necessária para a sobrevivência. A frase importante na pergunta é “necessária para a sobrevivência” – a transformação digital não é vista como algo para ajudar uma empresa a acompanhar os Joneses. Agora, é questão de vida ou morte para muitas empresas.

Valor de longo prazo com preferência de ganhos no curto prazo

Ao considerar as expectativas de retorno sobre o investimento (ROI), os resultados foram um pouco surpreendentes. A maior parte dos entrevistados, 61%, disse que o ROI é de longo prazo e estratégico, e não baseado em resultados de curto prazo. Isso deixa apenas 39% tentando obter um retorno rápido em seus investimentos em transformação digital.

Aqueles que querem um retorno rápido estão olhando para a transformação digital da maneira errada. Não é sobre um projeto de sucesso rápido aqui e ali. Em vez disso, a transformação digital é uma mudança cultural baseada na liderança sustentada do mercado a longo prazo, então foi bom ver a maior parte dos entrevistados compartilhando essa opinião.

Melhorar a experiência do cliente, a principal iniciativa digital

O estudo também tocou em quais benefícios os entrevistados estão procurando. A principal resposta: melhor experiência do cliente, o que não deve ser uma surpresa, pois melhorar a experiência do cliente é a principal preocupação da maioria dos executivos.

Na verdade, em 2015, Walker previu que, em 2020, a experiência do cliente ultrapassaria o preço e todos os outros fatores para a diferenciação da marca. A previsão foi quase correta: a experiência do cliente tornou-se o diferencial número um – mas aconteceu em 2018.

As empresas precisam se concentrar na experiência do cliente agora ou ficar para trás da concorrência. Uma prova interessante disso vem da ZK Research, que descobriu que, em 2018, dois terços dos millennials mudaram de uma marca por causa de uma experiência ruim. As iniciativas digitais devem girar em torno da experiência do cliente, e a pesquisa certamente apoiou isso.

Os próximos três benefícios para a transformação digital foram próximos o suficiente em termos percentuais, e eu os chamarei todos de número dois. Eles são: permanecer competitivos, simplificar o processo de negócios e possibilitar novos modelos de negócios. A resposta “permanecer competitivo” parece um pouco vaga, mas acredito que se refere ao uso da tecnologia digital para alcançar os pares, ao passo que novos processos se refeririam a um avanço na competição.

Outro ponto positivo da pesquisa é que a economia de custos estava bem abaixo na lista, no número seis. É bom ver os líderes de negócios e de TI se concentrarem em melhorar os negócios, em vez de estagná-lo, tentando sugar o custo dele.

Principais áreas de investimento em tecnologia: nuvem, segurança e análise

Um aspecto interessante dos resultados da pesquisa é o que as empresas investiriam para apoiar a transformação digital. Abaixo estão as cinco principais áreas projetadas para gastos da TI (combinados primeiro e segundo mais importantes).

• 37% Migração para nuvem • 35% Segurança • 33% Análise de dados/inteligência artificial (IA) • 26% Mobilidade e comunicações unificadas • 22% Tecnologias emergentes tais como IoT, realidade virtual etc.

É um pouco surpreendente que as tecnologias emergentes estejam em quinto lugar na lista, considerando o hype em torno de algumas delas. Acredito que as áreas de gastos são priorizadas em torno de onde os entrevistados estão sentindo mais dor. Por exemplo, a modernização de aplicativos e infraestrutura pode ser um processo longo e caro, mas migrar para a nuvem pode permitir que isso aconteça rapidamente.

A segurança tem sido e continua a ser um dos principais cuidados para os líderes de negócios e de TI, já que toda violação pode causar sérios problemas legais e aos clientes. Além disso, a análise de dados e a inteligência artificial permitem que as empresas encontrem insights sobre a enorme quantidade de informações que estão sendo criadas atualmente. As pessoas não podem conectar os pontos usando métodos manuais, tornando obrigatória a análise baseada em IA.

Empresas precisam de um melhor compromisso orçamentário e de participação executiva

A pesquisa também analisou os desafios que seguram as empresas de uma transição bem sucedida para o digital. A principal resposta foi o comprometimento do orçamento, seguido pelo suporte executivo. Esse é um conjunto interessante de pontos de dados porque, na parte inicial da pesquisa, a maioria dos entrevistados afirmou que a transformação digital é fundamental para a sobrevivência, mas esses dados mostram que é difícil obter orçamento e participação dos executivos.

Alguns dados da ZK Research podem esclarecer essa dicotomia. Primeiro, 55% dos CxOs admitem que não sabem como será sua indústria em três anos. Em segundo lugar, 70% viram novos concorrentes surgirem nos últimos cinco anos. Considere a complexidade ao tentar criar um plano de avanço quando não está claro a direção da indústria ou com quem você está competindo. Mesmo que haja uma compreensão de quão importante é a transformação digital, planejamento e orçamento é uma espécie de voto de confiança.

Há lacuna de habilidades, e os entrevistados estão se apoiando nos prestadores de serviços menores e ágeis para obter ajuda

A lacuna de habilidades é complicar tudo. A pesquisa Webtorials da Masergy revelou que apenas 39% dos entrevistados acham que possuem o talento interno necessário, portanto, a construção do plano de “voto de confiança” requer um conjunto de habilidades que a maioria das empresas não possui.

Uma escolha óbvia é buscar ajuda de um prestador de serviços externo, mas as atitudes estão mudando em relação com quem as empresas preferem fazer parceria. Vários anos atrás, os grandes provedores de serviços eram os parceiros preferidos, já que “um nunca é demitido por comprar X”, onde X é seu líder de mercado favorito.

A pesquisa descobriu, no entanto, que 57% preferem prestadores de serviços ágeis menores, em comparação com apenas 43%, que preferem as operadoras maiores. Acredito que isso acontece porque as pessoas entendem que a agilidade e a velocidade são importantes, e normalmente os provedores de serviços grandes e estabelecidos não se movem rápido o suficiente, o que retém os clientes.

Via CIO.com.br