Ainda é cedo para dizer os rumos que tomará o novo coronavírus, oficialmente conhecido como Sars-CoV-2 ou Covid-19. A doença viral que se originou no final de 2019 em Wuhan, na China, foi responsável por 4 mil óbitos e infectou mais de 110 mil pessoas mundo afora, sendo 80% dos casos na China. No Brasil, até o fechamento desta reportagem, 34 pessoas testaram positivo para o vírus.
Para muitos especialistas, a reação ao coronavírus tem soado desproporcional. Segundo o último panorama da Organização Mundial da Saúde (OMS), os óbitos por complicações ao vírus correspondem a 3,4% dos infectados. Em um artigo publicado no The New England Journal of Medicine, especialistas levam em consideração também o número de casos assintomáticos ou que apresentam sintomas mínimos para refazer esta conta. Segundo eles, levando isso em consideração, a taxa de mortalidade da doença pode ser menor do que 1%.
Em termos comparativos, a epidemia SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em 2002, causada por outro tipo de coronavírus, teve uma taxa de mortalidade de 9,63% (813 mortes em 8.437 casos). A MERS (Síndrome respiratória do Oriente MédioO, também causada por um coronavírus em 2012, apresentou uma taxa de mortalidade de34,45% – foram 2.954 casos e 861 mortes.
Não se trata, entretanto, de recuar a preocupação acerca da doença. Afinal, trata-se de uma entidade viral nova. Neste contexto, a tecnologia e a ciência tem sido grandes aliadas para entender o vírus e mapeá-lo, a fim de que pesquisadores possam desenvolver métodos para conter e, eventualmente, prevenir a doença. No Brasil, pesquisadores conseguiram em tempo recorde sequenciar o genoma do vírus do primeiro caso confirmado. Vale ressaltar, entretanto, que a corrida para encontrar uma vacina para o Covid-19 ainda não gerou resultados concretos. Segundo informações do New York Times, atualmente 20 empresas e organizações públicas do mundo tentam encontrar uma fórmula que imunize o coronavírus.
A extensão do Covid-19 tem sido um verdadeiro teste para ferramentas de big data, analytics e inteligência artificial. No último mês, a Organização Mundial da Saúde ressaltou que a inteligência artificial e o big data são chave na resposta ao vírus na China. Por lá, scanners termais foram instalados nas estações de trens das principais cidades. Os dispositivos conseguem identificar aqueles que os atravessam e apresentam febre.
Segundo informações do site Aljazeera, algumas companhias na China planejam atualizar o sistema de detecção de temperatura para incluir um de reconhecimento facial. A tecnologia ajudaria funcionários de estações de trem e aeroportos na tarefa de monitorar passageiros. As autoridades chinesas afirmam que essa orquestração de tecnologias ajudaria a rastrear aqueles que, potencialmente, foram expostos ao vírus para, depois, conter a expansão do mesmo.
“Este alto nível de tecnologia não estava disponível durante o surto da SARS em 2003. Acreditamos que o desenvolvimento tecnológico está agora do nosso lado”, destacou o diretor da Comissão de Saúde Nacional da China, Zeng Yixin, à imprensa em janeiro deste ano.
Robôs, aliás, parecem ter encontrado uma grande vocação no contexto do coronavírus. A companhia dinamarquesa UVD Robots firmou um acordo com a Sunay Healthcare Supply para distribuir seus robôs na China. O que eles fazem é andar pelas alas de hospitais e desinfetá-las usando para isso luz UV. Outro veículo automatizado é o XAG Robot, um robô de quatro rodas e drone que espirra desinfetante em Guangzhou.
O número de pesquisas sobre o assunto também deu um grande salto. No último domingo, pesquisadores do Hospital Renmin da Universidade de Wuhan, da EndoAngel Medical Technology Company e da Universidade de Geociências da China, compartilharam trabalhos sobre como o deep learning tem sido usado para detectar o Covid-19. Segundo os pesquisadores, o método apresentou, até então, 95% de precisão. O modelo foi treinado com tomografias computadorizadas de 51 pacientes que contraíram pneumonia por Covid-19 e mais de 45.000 imagens anonimizadas.
Em artigo que ainda precisa passar por revisão da comunidade científica, os autores do estudo afirmam que o modelo de deep learning mostrou um desempenho comparável aos radiologistas e melhorou a eficiência deles na prática clínica. “Ele possui um grande potencial para aliviar a pressão dos radiologistas da linha de frente, melhorar o diagnóstico, o isolamento e o tratamento precoces e, assim, contribuir para o controle da epidemia”, escreveram.
De acordo com a CNN, veículos autônomos estão entregando suprimentos para médicos em Wuhan, epicentro do coronavírus. A gigante chinesa de comércio eletrônico JD.com tem entregue pacotes a pequenas distâncias para um hospital na província. Segundo o Wall Street Journal, drones também são usados para monitorar e alertar cidadãos na China que andam sem máscaras no rosto. Mas se de um lado, autoridades chinesas reafirmam que o método é uma saída que se mostrou efetiva para mitigar a propagação do vírus, do outro escancara o nível de vigilância do governo local e a falta de privacidade que a população é submetida.
Há cerca de três milhões de câmeras de vigilância na China e as autoridades recorrem a elas para combinar o material coletado com dados de hospitais, delegacias e estações de trem e aeroportos. Essas informações são relacionadas depois à identidade dos cidadãos. Soma-se a isso a competição que se criou entre as empresas para sofisticar a tecnologia de reconhecimento facial. Como reportou a Quartz, a empresa chinesa SenseTime tem se vangloriado de que seu software agora consegue identificar as pessoas que não estão usando máscaras. Outra empresa, a Remark Holdings se usou do coronavírus para afirmar que a sua tecnologia consegue melhor identificar pessoas usando máscaras do que a tecnologia da gigante chinesa Baidu. Para defensores dos direitos humanos, há algo de distópico em justificar uma epidemia para aumentar os níveis de vigilância.
Outro saldo do coronavírus tem sido a viralização de fake news sobre a doença. Há uma ascensão de boatos que visam a desinformação rondando o WhatsApp e redes sociais. De acordo com o Ministério da Saúde, de 8.000 mensagens recebidas pelo canal de combate às fake news do órgão até agora, 90% se relacionavam ao novo coronavírus. Destas, 85% eram boatos. No Irã, o terceiro país, depois da Itália, com mais casos confirmados da doença, circularam boatos de que o álcool poderia combater o vírus. Como consequência, as pessoas acreditaram que beber o líquido poderia atuar contra a doença – 40 iranianos morreram por intoxicação causada por metanol.
Em meio à desinformação, há iniciativas oficiais que buscam esclarecer a população. Nesta semana, foi lançado o aplicativo “Coronavírus SUS”, que reúne dicas, telefones e a possibilidade de encontrar a unidade de saúde mais próxima para consulta. A plataforma também apresenta informações e um pequeno questionário para auxiliar aqueles que carregam a suspeita do vírus e dicas de como prevenir a doença.
Há ainda uma página oficial do Ministério da Saúde que concentra anúncios e balanços sobre o coronavírus.
Via Computer World
Considerada uma aliada na hora de ensinar, a tecnologia é hoje o principal elemento na formação de crianças que já nasceram conectadas (a chamada Geração Alpha, dos nascidos a partir de 2010). Para elas, o mundo sempre esteve à distância de um toque, porque as telas de tablets e smartphones fazem parte da rotina – e limitar o uso pode ser desafiador. Isso, obviamente, influencia a construção de relações e o aprendizado desses indivíduos, mas será que pode causar danos a médio e longo prazos?
Em abril deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um documento com recomendações sobre saúde de crianças com até 5 anos. No texto, a entidade internacional defende que pequenos abaixo dessa idade não passem mais do que uma hora por dia expostos, mesmo que passivamente, a telas de computadores, tablets, televisões ou celulares.
Malefícios
O neuropediatra Christian Muller concorda com a orientação. Ele acredita que o uso de telas deve ser muito pontual e não parte da rotina das crianças. “Muitas escolas estão avançando no uso dos dispositivos, pedagogicamente, em sala de aula, o que limita ainda mais o tempo de uso em casa”, pontua.
Segundo o especialista, o uso excessivo de dispositivos eletrônicos, em especial celulares e tablets, tem inúmeros desdobramentos negativos às crianças. Eles vão desde efeitos físicos – como dores musculares e articulares, má postura, dor de cabeça e alteração visual – a emocionais, como irritabilidade e dificuldade de convívio social, e chegam a consequências na vida escolar e alteração de sono (insônia e piora na qualidade do sono).
Além desses sinais de alerta, a neuropsicóloga Juliana Aguiar chama atenção para outros comportamentos considerados nocivos, como dependência excessiva de tablets, perda de interesse por atividades que antes a criança gostava, sedentarismo excessivo, isolamento e prejuízos no desempenho escolar.
A profissional, no entanto, acredita que é possível estabelecer um limite saudável, que pode variar de criança para criança. De acordo com ela, o uso da tecnologia de forma controlada e direcionada traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento infantil. “A tecnologia em si não é prejudicial ao desenvolvimento infantil, mas sim a maneira como ela é utilizada: indiscriminadamente e sem limites”, pondera Juliana.
Ela, inclusive, acredita que dá para trabalhar lado a lado com a tecnologia, especialmente no campo da reabilitação fisiológica, cognitiva e psicológica.
Utilizar os dispositivos eletrônicos como ferramentas de aprendizado vai muito além da adoção de tablets ou aplicativos mais básicos. Segundo a diretora de tecnologia educacional da Happy Code, Debora Noemi, essa é a base do chamado letramento digital, que seria uma “alfabetização digital”. “A ideia é que alunos aprendam o que está por trás do uso da tecnologia. Aprendam conceitos e habilidades técnicas, o que pode incluir robótica e programação, por exemplo”, explica.
Para a especialista, o Brasil ainda não entende essa necessidade de formação, mas nações como Estados Unidos, Reino Unido e Singapura já estão incluindo o letramento digital em sua matriz curricular. “A tecnologia ajuda no desenvolvimento de diversas habilidades e não só de habilidades técnicas. A programação, por exemplo, contribui em organização, foco, persistência, trabalho em equipe”, afirma Debora. “O mercado de trabalho e as instituições vão exigir que esse profissional tenha um domínio básico de alfabetização digital”, finaliza.
Via Metrópoles
O que o seu ambiente de trabalho têm em comum com o familiar e de lazer? Eles estão conectados. Hoje em dia a tecnologia é um recurso indispensável para as atividades do dia a dia, afinal, é um caminho para aproximar as pessoas, filtrar informações e otimizar o tão escasso tempo. Mas, apesar do meio apresentar benefícios para a sociedade, o uso desenfreado da internet causa dependência das ferramentas tecnológicas e trazem comportamentos de saúde prejudiciais ao ser humano, tais como: ansiedade, estresse, irritabilidade e alteração do apetite. Ao serem ignorados, os sinais podem desencadear uma série de doenças críticas.
Pensando em alertar os heavy users, o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) listou as seis principais patologias que estão com presença de peso no mundo contemporâneo por conta do abuso tecnológico.
Confira a relação abaixo:
Um dos primeiros a trabalhar a temática foi o Dr. Larry Rosen, professor aposentado e ex-presidente do Departamento de Psicologia da Universidade do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. No livro iDisorder o especialista mostra que 70% dos usuários assíduos já sentiram o aparelho de celular vibrar ou tocar sem nem ter recebido notificações ou ligações.
O termo foi utilizado pela primeira vez em 2008 em um artigo do UK Post Office para abreviar a expressão inglesa “no-mobile”. Em português a expressão significa a ansiedade causa pelo distanciamento do celular ou devido à falta de bateria do aparelho. As consequências da patologia são problemas de interação social e dificuldades de se comunicar em público.
A depressão por conta das redes sociais acontece quando o usuário deposita a sua realização pessoal no número de curtidas e quantidade de comentários recebidos nas publicações. Recentemente, uma pesquisa publicada na revista Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking comprova essa relação.
O ato de inclinar a cabeça para mexer no celular pode colocar uma carga muito além da suportada pelo pescoço do usuário. Um estudo publicado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos revelou que a coluna cervical aguenta no máximo seis quilos. Porém, dependendo do posicionamento do pescoço para interagir com os dispositivos eletrônicos, é aplicada uma carga de até 27 quilos.
A interferência dos fones de ouvido em casos de perda auditiva é acontece cada vez mais devido a alta frequência utilizada pelos usuários. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado no qual metade dos jovens ao redor do mundo escutam músicas em volumes prejudiciais aos tímpanos.
O pensamento coletivo de que o uso de forma despretensiosa de aparelhos eletrônicos faz a vontade de dormir aparecer mais rápido é mito, pois a luz emitida pelos dispositivos faz com que o organismo produza menos melatonina – hormônio responsável pela regulação do sono.
Para José Roberto Marques, presidente do Instituto Brasileiro de Coaching, a saída está no autocontrole. “Vale lembrar que o equilíbrio na rotina é a chave para preservar a qualidade de vida”, ressalta. “Para não alimentar o vício, é importante descobrir os seus reais talentos e desenvolver a inteligência emocional fora da internet. Uma sugestão que pode ser seguida é diminuir o uso das tecnologias em casa. Deixe você e os dispositivos descansarem”, aconselha.
Marques recomenda priorizar as tarefas offline quando encerrar o expediente. “Não faça refeições com aparelhos próximos, desligue ou deixe o celular no modo avião no momento de dormir. Por último, caso não consiga amenizar a frequência, procure a ajuda de um profissional”, conclui.
Via CIO.com.br