Imagine conectar diversos dispositivos por meio da internet e ainda fazer com que eles troquem informações entre si e em tempo real. Conseguiu visualizar? É exatamente essa a ideia por trás da Internet das Coisas (IoT) e que possibilita interligar de ponta a ponta toda a cadeia, realizar diversos monitoramentos, acompanhar todas as atividades e o andamento operacional.
Por meio do IoT, geoprocessamento e telemetria avançada, por exemplo, as empresas siderúrgicas e mineradoras encontram novos caminhos para reduzirem custos e aumentarem a produtividade das operações, buscando assim uma maior eficiência na movimentação de matéria-prima, produtos e subprodutos – parte crucial da cadeia de produção. Mas nem todas as companhias do setor conseguem enxergar como essa conectividade pode trazer resultados a curto prazo.
Segundo um estudo realizado pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, 73% das empresas atuam na indústria 4.0 ainda que em estágio inicial de implantação das tecnologias de IoT. Para se ter uma ideia, com a adesão de soluções inteligentes, estima-se que somente no Brasil haverá um corte de custos de R$ 73 bilhões ano, sendo R$ 35 bilhões de ganho de eficiência, R$ 31 bilhões de redução de gastos de manutenção de máquinas e R$ 7 bilhões de economia no consumo de energia no setor nos próximos anos mesmo que de forma tímida.
Uma das multinacionais que vem se destacando nesse cenário e gerando transformações radicais é a Vale, considerada uma das maiores mineradoras do mundo. Em uma entrevista concedida pelo diretor de TI da companhia, o executivo comentou que após a crise de 2018, a empresa investiu em IoT e conseguiu economizar US$ 50,5 milhões em ações como digitalização de processos e inteligência artificial.
Outro benefício promovido por meio da tecnologia foi o aumento de 30% na vida útil dos pneus dos caminhões que transportam minério. Isso só foi possível após a identificação de problemas por meio dos sensores instalados nos maquinários. O grupo possui em torno de 400 caminhões e cada pneu custava, na época, US$ 70 mil, sendo assim, só nessa área eles deixaram de gastar em torno de US$ 5 milhões.
Esses números somados a minha vivência e conhecimento no segmento, só reforça aquilo que costumo sempre dizer – não existe alternativa para a competitividade que não passe pela adoção de tecnologias em IoT. Somente com esse investimento será possível otimizar processos e gerir melhor as máquinas pesadas dentro de minas, realizar medição de contratos de veículos, administrar a produtividade em tempo real com mais transparência e ter credibilidade na hora de apurar o faturamento dos veículos.
Sem mais delongas, mundo atual é movido pela conectividade e se você quer ganhar vantagem competitiva e conquistar grandes resultados, terá que se render às inovações. No que tange o relacionamento entre indústria e operador logístico, a tecnologia é a ferramenta que nós precisávamos para ter mais clareza sobre os negócios, tomar decisões mais assertivas e ainda obter uma economia de milhões ao ano nas operações. É um investimento que vale a pena!
Via CIO – *Vinicius Callegari é CCO e Head de Desenvolvimento Comercial da GaussFleet
Considerada uma das tecnologias mais importantes e disruptivas que surgiram nos últimos anos, o blockchain já teve o seu impacto comparado a fenômenos como a revolução industrial e o surgimento da internet. Apesar disso, os registros em cadeia de blocos ainda se encontram em estágio embrionário se considerarmos todo o seu potencial de aplicação.
Refletindo sobre as principais tendências no desenvolvimento e efetivação da tecnologia em 2020, a Blockum, primeiro ecossistema sem fins lucrativos do segmento no Brasil, listou cinco aspectos que devem ser observados neste ano para a adoção e popularização da tecnologia. Confira abaixo.
Umas das principais tendências é a utilização do blockchain para garantir que os dados coletados pelos dispositivos que alimentam a Internet das Coisas (IoT) não sejam alterados. Após coletadas, as informações podem ser editadas e até apagadas, perdendo a confiabilidade necessária. Já com a coleta de dados associada ao blockchain, a tecnologia assegura que as informações não sejam alteradas em função do seu funcionamento descentralizado por meio da criptografia. Grandes provedores de tecnologia já estão de olho no poder dessa integração, que promete reinventar negócios e levar o poder da IoT ainda mais adiante.
Ao fomentar o desenvolvimento do setor e oferecer um ambiente tecnológico independente de cooperação entre empresas, entidades governamentais e pessoas, a expectativa é que 2020 seja o ano do crescimento de associações sem fins lucrativos do setor. No sistema de compartilhamento da Blockum, por exemplo, cada membro do ecossistema disponibiliza sua infraestrutura de computadores e hardware, para receber em troca uma plataforma em nuvem de blockchain pronta e regulamentada para transações de valor jurídico.
“É uma forma das organizações competirem e colaborarem ao mesmo tempo. Diferente do que acontece com o bitcoin, onde todas as informações são públicas, neste modelo de ecossistema existem chaves privadas e públicas funcionando em conjunto, processo que conferem agilidade em casos de emergência e privacidade quando for preciso”, explica Guilherme Canavese, diretor de operação da Golchain, empresa idealizadora da Blockum.
Um segmento inesperado que deve aderir ao blockchain em maior escala em 2020 é o governamental. A expectativa é ver projetos neste setor ganhando destaque e impulsionando iniciativas federais futuras. A China, por exemplo, divulgou que deve aumentar os investimentos na área para resolver problemas técnicos e acelerar o desenvolvimento do blockchain e inovações industriais, além de lançar um criptoativo próprio.
A tokenização de um ativo nada mais é do que transformar em uma fração digital chamada token um contrato, um imóvel, uma obra de arte ou até mesmo parte de uma empresa. Utilizando o blockchain, o contrato digital é emitido e o documento representa um ativo real. Essa fração tem valor de mercado e pode ser negociado de forma rápida, com menos burocracia e validação jurídica. Por meio da tokenização, uma empresa pode fazer a captação de recursos com a transferência de um ativo digital de valor nominal ao proprietário dentro de um smart contract. “Com o crescimento e valorização dessa companhia, seu token consegue ser negociado dentro da própria empresa ou com outro investidor, semelhante ao que acontece na bolsa de valores, mas de forma mais simples e inclusiva” explica Canavese.
Mesmo dependendo de algumas regulamentações, as criptomoedas devem ganhar mais espaço no comércio, como já ocorrem em algumas lojas e restaurantes no próprio Brasil. Segundo o diretor de operações da Goldofir, o blockchain deve crescer significativamente como meio de pagamento em 2020.
“A expectativa é que neste ano a tecnologia ganhe a maturidade necessária para ser algo tão corriqueiro como usar um cartão de crédito ou débito”, aponta o executivo.
Via CIO
Não é de hoje que a Internet das Coisas (IoT) e Revolução 4.0 são assuntos em alta no mundo corporativo. A popularidade cresce à medida que os processos ficam cada vez mais automatizados. De acordo com o estudo promovido pelo BNDES, “Internet das Coisas: um plano para o Brasil”, o segmento deve movimentar mais de US$ 100 bilhões de reais no país em 2025, somando cidades, saúde, agronegócio e indústria.
Além dos inúmeros benefícios que os dispositivos conectados trazem para as empresas, tem uma questão que, apesar de muito discutida, ainda não é levada em consideração na maioria das empresas: a segurança. As empresas estão são cada vez mais expostas a ataques sofisticados que podem paralisar operações críticas como transmissão de energia, ambientes hospitalares, sistemas de comunicação entre outros.
Em 2016, um episódio nos Estados Unidos afetou o mundo todo quando o grupo denominado Mirai atacou uma fornecedora de infraestrutura afetando acesso a sites como Amazon e Twitter. O tráfego gerado neste ataque chegou a 1,2 terabit por segundo (Tbps), o maior volume registrado até hoje em um ataque DDos. Outro caso famoso é do grupo DragonFly, que focou em estrutura de distribuição de energia dos governos dos EUA e países europeus.
O Brasil, por exemplo, tem muitas usinas hidrelétricas, pontos de distribuição de energia e empresas de manufatura. E é justamente esse ambiente industrial que é o maior alvo de ataques. De acordo com a 23ª edição do Internet Security Threat Report (ISTR), divulgado anualmente pela Symantec no primeiro semestre, os dispositivos conectados continuam sendo alvos perfeitos de exploração, os ataques gerais à IoT aumentaram 600% somente em 2017.
Pela magnitude das operações, um ataque a um ambiente industrial pode ter consequências catastróficas e altamente destrutivas. Imagine se uma usina nuclear tem seu sistema invadido e funções vitais como controle de temperatura fiquem comprometidos. Assustador, certo? Mas possível caso medidas de segurança não sejam tomadas.
Esse tipo de ataque não vai parar, por isso a obrigação das empresas de segurança é garantir que esses sistemas permaneçam protegidos e as companhias operando normalmente. Já existem no mercado soluções capazes de monitorar desde sistemas complexos de missão crítica, até uma simples câmera de vigilância doméstica. Como uma estação de escaneamento para dispositivos físicos, que pluga no USB para escanear e limpar o dispositivo.
Não existe uma receita de bolo que sirva para qualquer situação. É preciso analisar cada caso, escolher dispositivos de qualidade com critérios de segurança, dimensionar soluções para a real necessidade da operação, atualizar os sistemas periodicamente, criar senhas complexas – acreditem, muitas empresas deixam a senha de fábrica – e garantir soluções de segurança em todas as etapas da implantação da tecnologia, do dispositivo até a nuvem pela qual as informações trafegam.
Via CIO